sexta-feira, janeiro 23, 2004

O dinheiro

Tanto quanto se sabe, as primeiras moedas foram cunhadas por volta do ano 700 a.C., na Lídia, Turquia Ocidental.
No Egipto e na Babilónia, bem como nas civilizações Inca e Maia, sociedades poderosas e organizadas, utilizava-se para as transacções comerciais e mesmo para o pagamento de salários, a permuta.
Após a primeira cunhagem de moedas, feitas de uma liga natural de prata e ouro, a utilização das mesmas espalhou-se pelo Mediterrâneo, tendo os Gregos "abusado".
Acabaram assim as permutas e deixou de haver necessidade de as famílias produzirem tudo o que consumiam, começando a existir a especialidade de produção de um só bem ou produto.
Já nesta altura existiam malandros.
Uns raspavam as moedas e juntavam os fragmentos do metal precioso.
Os outros (os piores), os governantes roubavam no peso ou usavam uma liga de metal inferior ao valor que devia ter a simples e singela moeda.
Sempre que existia um aumento de moedas em circulação sem que houvesse mais variedade de produtos, o preço dos produtos já existentes subia e o valor da moeda descia.
Lógico.

E lá foram aperfeiçoando técnicas.
As moedas passaram a ter o rebordo serrrilhado para evitar que fossem raspadas.
Um Imperador Mongol inventou a moeda-papel no século XI.
As primeiras notas de banco apareceram em 1661, em Estocolmo. Tudo por causa dos ourives que passavam recibos do ouro e outros metais preciosos que lhes eram confiados.
E foi na Europa que tudo isto evoluiu.
Enquanto isto na América do Norte, usava-se o "wampum" que eras simples conchas marinhas usadas pelos Índios.

Mais tarde já na América passou-se a utilizar o tabaco como moeda. Ficou decretado em 1642, na Virgínia e era ilegal pagar com ouro ou prata.
Em 1792 é na América que, são criadas as primeiras moedas decimais do Mundo. Dólar de prata era a unidade.
Cá pelas nossas bandas, foi constituído o Banco de Lisboa, o primeiro em Portugal, em 1822. Queriam acabar com o papel-moeda e as primeiras notas tiveram a data de 20 de Agosto de 1822.
Todo este dinheiro até aqui podia ser trocado por ouro, prata ou cobre conforme o seu valor.
É no século XX que acabam com esta "mania" do padrão-ouro.
Na Inglaterra foi em 1931. (A prata utilizada nas moedas tinha sido reduzida a metade em 1920 e desapareceu para sempre das moedas depois da II Guerra Mundial. Serviu para pagar dívidas de guerra aos EUA)
Nos EUA, foi em 1934 que nas trocas comerciais internas abandonaram o padrão-ouro (expressão que designava a relação da moeda com o ouro).

Nós cá em Portugal abandonamos a cena do padrão-ouro, através de uma Lei Orgânica em 15 de Novembro de 1975.
Portanto o dinheiro passou a ser "simbólico".
Não podemos trocar dinheiro por ouro ou prata a não ser na ourivesaria por jóias e merdas assim.
E com a cena dos cheques, cartões MB e afins o dinheiro não passa de uma aldrabice socialmente correcta.

Agora pergunto eu... para que precisamos nós do dinheiro?
Como eu costumo dizer, o dinheiro não cresce nas árvores, nem se apanha do chão, então porque não se faz dinheiro para todos?
Por mim o dinheiro desaparecia do Planeta e não havia necessidade de voltarmos às permutas.
Qualquer ser humano a viver neste Planeta é útil e todos podíamos estar a contribuir para melhorar o Mundo.
Se alguém pensar nisto, repara que somos todos iguais e simplesmente precisamos de uma casa e de nos alimentarmos todos os dias, porque quando morremos já não precisamos de nada e deixamos cá tudo.
Agora viver em função de um símbolo e ter que jogar com os putos que lhe acham piada, eu cá não vejo, nem prevejo nenhuma evolução da Humanidade.
Podem voltar à Lua, a Marte ou conquistar o Universo, porque enquanto vivermos com PESSOAS a passarem fome neste Planeta, eu vou sempre dizer que isto está tudo ERRADO!

Não faz sentido que, em Portugal (que é o que me interessa agora) existam tantas pessoas a viverem em condições psicológicas degradantes porque não conseguem arranjar trabalho e assim ganhar dinheiro para simplesmente viver com algumas condições.
Não faz sentido que, nesta merda de País existam tantos idosos maltratados e abandonados, porque muitos dos filhos não têem vida para cuidar deles. Têem que trabalhar e nem com os resultados desse trabalho conseguem muitas vezes pagar a quem possa cuidar dos idosos.
Não faz sentido que, em Portugal exista tanta criança abandonada, quando existem tantas pessoas que, gostariam de ficar com essas mesmas crianças. Muito menos faz sentido que essas mesmas crianças sejam assim possíveis vítimas de fome, maus tratos e como se pode constatar até de pedofilia.

Com tanta coisa que existe para fazer em Portugal, como é possível deixarmos que existam pessoas sem trabalhar?
Ah pois, todo e qualquer negócio tem que dar dinheiro...
Ah pois, temos que pagar impostos para nos governarem...
Ah pois, temos que viver em função do dinheiro...
Não há outra hipótese?
Sei lá... tipo voluntários pela construção de um Mundo melhor...
Pois...
Está bem... eu vou dormir...
... mas foi o dinheiro que estragou e estraga tudo!