terça-feira, janeiro 24, 2006

Às vezes dá-me para...

... encolher os ombros (sem abanar as mamas).
Porquê?
Porque depois das legislativas no ano passado e destas presidenciais, a única conclusão que posso tirar é que, anda mais de meio mundo a enganar o outro meio cada vez mais pequeno.
Sim, em Portugal!
Podia dar-me para desesperar, mas quem é que se ia ralar com o meu desespero?


... controlar a expontaniedade (não me lembro se leva acento, se não leva, fica assim, caguei).
Porquê?
Porque me apeteceu bater no pai da minha filha e não o fiz.
Sim, fui à "Iª Feira Esotérica de Oeiras".
Estava na bilheteira e mal me viu, tentou-se esconder.
Espreitei, disse boa tarde, perguntei se tinha recebido a minha carta (em correio azul) e ele disse-me que existia um processo no Tribunal.
Ele não liga à filha, não paga pensão de alimentos desde Junho de 2003 e é ele que, faz queixa de mim?
Será que era para eu acreditar?
Devia ter-lhe batido, nem que fosse só um bocadinho...
Uma chapada para saber qual Tribunal, um encontrão para ficar a saber quando é que paga e quem sabe, um soco bem no meio dos olhos, só para ter ficado com a certeza que, ele estava acordado.
Mas não podia, não devia, ou perdia a razão, dizia a voz de cidadã que, aprendi a trazer dentro de mim (ou não!).
Podia dar-me para descrever tudo, mas a quem é que isso ia interessar?


... ficar parva com tudo isto (e isso, também).
Porquê?
Porque contado é ridículo demais...
Sim, infelizmente já me cruzei (vezes demais, acho eu) com pessoas sem carácter.
Aliás, nem sei porque fico parva, agora que estou a escrever isto, porque se somos um povo governado por hipócritas, arrogantes, prepotentes, interesseiros, penduras, que só sabem lutar para tentarem derrotar outros como eles, é difícil descobrir as boas pessoas neste Planeta, certo?
Mesmo as boas pessoas erram...
No fundo não me cabe a mim o papel de fazer juízos de valor, por isso mesmo aprendi a afastar as pessoas que, de alguma maneira, não acrescentam nada de positivo à minha existência, mesmo que goste delas, porque as coisas boas eu tento não esquecer e as más não as quero consumir.
Podia dar-me para julgar, condenar e assim, mas isso não ia ser perda de tempo?


... me fechar na concha (tipo pérola a fugir dos porcos).
Porquê?
Porque há tanta coisa exterior a mim que, me chateia que, para não me enervar, desligo e mergulho de cabeça no meu dia-a-dia.
Sim, valha-me isso.
Mais vale andar por aqui a contar cêntimos, a trabalhar de chinelos, a conversar com quem tem disponibilidade para partilhar verdades, a enviar energia para os que dela precisam, a refilar com o que me atinge, a chatear-me com a xavala, tudo muito real, muito aqui e agora, porque ao fim e ao cabo, com o mal do mundo, podemos todos bem...
Podia dar-me para alimentar muita energia negativa que anda à solta, mas qual era o meu papel, nesse caso?


... alucinar (e não gosto).
Porquê?
Porque é perder tempo, dar voz à revolta emocional...
Sim, alucinar por alucinar que seja tudo mental, porque só essa revolta é positiva.
E que bem que "alucino" mentalmente...
Podia dar-me para explicar tudo e tudo e tudo, discutir, bater se fosse preciso, mas iria isso mudar alguma coisa?