segunda-feira, outubro 30, 2006

"As Good As It Gets"

Raramente sei que filmes vão dar na tv, quando vão dar, etc...

Hoje não estava a pensar deixar-me agarrar por nenhum filme, mas acho que foi o ar de maluco do Jack Nicholson que me apanhou desprevenida e ali fiquei eu a ver um filme que nunca tinha visto.
Há coisas que não me atraiem por aí além e uma delas é o cinema.
Não sei porquê, nem me apetece pensar muito nisso, só sei que deixei de ir ao cinema há muitos anos, porque só curtia ir ao cinema sozinha.
Não devo ser normal, eu sei, mas não existem pessoas normais, portanto não me ralo nada com o facto de curtir ver filmes na tv e às vezes, os mesmos que já vi um monte de vezes.
Quando puder hei-de comprar um dvd, mas é por causa da adolescente que, coitada, só teve direito a um vídeo quando era pequena (ainda não havia dvd, mas o vídeo ainda funciona) e às respectivas cassetes com filmes como o Papuça e Dentuça (excelente!) e outros que tais...
:)

E tanta conversa, porquê?
Porque me apetece falar contigo disto...
:)

Imagina tu que o gajo era um escritor de sucesso, tinha medo dos germes, comia sempre no mesmo restaurante levando talheres de plástico, vivia sozinho e aparentemente não gostava de ninguém.
Um maluco, portanto...
É giro ver como as pessoas são egoístas e como mudam quando a rotina se altera, porque dependem dos outros para manter a dita rotina, como foi o caso da Helen Hunt que era a empregada que o servia no tal restaurante e que um dia não foi trabalhar.
Viste o filme?
Se não viste, vê...
:)

É tão bom ter sentimentos, sentir afecto, assim como é bom sentirmo-nos amados, acarinhados.
Como é possível que as relações de hoje em dia, sejam na sua maioria, um negócio?
Porque é que as pessoas vivem com medo de se envolver, de se deixarem ir pelo que sentem, de se entregarem ao amor, à paixão, a uma simples atracção?
Eu própria, vivo com medo de sentir algo forte que, mais uma vez me despedace o coração e embora não pense sequer fugir, se isso acontecer, aprendi a evitar confrontar-me com as atracções, mas não acho isso normal, porque tenho que pensar que não merece a pena e como é que se sabe isto sem se tentar?
Talvez tenha a ver com a idade, isto de saber manter a calma e não embarcar em aventuras, mas não é mau de todo, porque descobri uma outra forma de amar e ser amada absolutamente fantástica, em que não se partilham corpos, não se tem uma vida em comum, mas onde existem sentimentos do mais puro que pode existir, como cumplicidade e ternura, sem dramas, tramas, ou outros que tais, de tal maneira que até uma simples cena de ciúmes é divertida.
A perfeição não existe, por isso, apetece-me agradecer sentir isto por alguém e por alguém me fazer sentir isto.
É bom sentir-te, é bom gostar de ti...
:)