domingo, julho 31, 2005

Gostar das pessoas não implica conviver com elas...

Isto é complicado até de se pensar, quanto mais escrever sobre isto, mas cá vai... o que eu penso.
Eu descobri uma maneira fixe de andar em paz, alguns chamam-lhe solidão.
Mas não é solidão, muito pelo contrário, para mim é a mais lógica forma de conseguir levar uma vida calma.
Não quer dizer que não seja activa, quer dizer que tenho noção da energia que tenho e quer dizer que a uso, reciclo, recebo e dou de forma a me manter em equilíbrio.
Quanto menos pessoas me rodearem constantemente, menos probabilidades existem de haver "picos de corrente". O sistema não vai abaixo sem mais nem menos. Para mim é bom.
"Gastei-me" durante anos e anos a trocar energia e a compreender a energia que todas as pessoas têem e agora não estou para compreender, aceito isso como facto e ponto.
Digamos que sou uma gaja com uma energia auto-suficiente, que sozinha é raro estar, mas que me sinto verdadeiramente só no meio de uma multidão que se tenta fazer entender das mais diversas maneiras. Eu não preciso realmente que ninguém me entenda e já nem reclamo com a imagem que têem de mim, mas à Dani faço questão de lhe explicar o que sinto, ou não sinto.
Todos temos truques no que diz respeito a nós próprios.
Usamos a imaginação para evitar sermos apanhados nas confusões que a vida tem, porque ao estarmos a lidar com pessoas, vamos conhecendo os truques delas e jogamos de forma a não perdermos jogadas, na maioria dos casos.
Para mim as pessoas são todas complicadas e a única pessoa que realmente é simples, sou eu.
Ensino isso à minha filha. Estou-lhe sempre a dizer que as pessoas pensam e sentem conforme a vivência, a aparência, a experiência e ninguém gosta muito de falar nisso, portanto as acções e/ou as reacções para serem bem compreendidas têem que ser analisadas sempre na outra pessoa, o que é complicado. Faltam-nos sempre dados.
A simplicidade na vida não está em conhecer seja quem for, está no conhecimento de nós próprios.
É por aí que eu tenho andado, é por aí que me sinto bem, é por aí que respiro livremente.
As pessoas são cada vez mais uma fonte de problemas, por isso a mim basta-me saber que cada um dos meus amigos está no tal caminho da aprendizagem que lhe é necessária, sabendo ele que eu gosto dele e que o compreendo, sem compreender necessariamente toda a experiência que pode ter sido, ou estar a ser desenvolvida.

Agora tenho que sair.
Continua ou não, depende...