domingo, maio 28, 2006

Estória em 3 tempos, por tempo indeterminado...

1º tempo:
Olhares. Pretexto profissional. Galanço. Conversas e risadas. Convites.
Arrisquei...

2º tempo:
Muita conversa. Petiscos. Mais conversa. Saídas dançantes. Envolvimento. Conversas excitadas. Ejaculação precoce. Explicações a bem do entendimento. Conversas longas. Presença diária. Escova de dentes e o resto. Desilusão sexual. Diferenças horárias. Diferenças sociais e psicológicas.
Não sei viver sem paixão...

3º tempo:
Começam as discussões. Chega-te para lá. Fala-se sem se ir a lado nenhum. Sai daqui. Discussões. Arranja outra contabilista. Mais discussões.
E o ponto final aparece...

Tinha 29 anos, queria mais era curtir, apaixonar-me perdidamente, se acontecesse acontecia, se não acontecesse não era problema.
Aos 20 casei, quase aos 24 separei-me e juntei-me de novo. Durou até aos 28 anos.
Dos 18 aos 20 tinha vivido sozinha e gostava disso.
Só se muda o que se gosta, quando se sente paixão, vontade de estar, de dar, de brincar à felicidade, sentir amor, vontade de partilhar, de sentir o êxtase desafiar o limite da existência.

As desilusões existem para que as ilusões continuem a existir.
O meu problema é só um: os homens que passaram na minha vida desiludiram-me e mataram a paixão, porque eu vivo iludida com a perfeição dos sentimentos que consigo atingir sem qualquer esforço. Já passei horas a pensar no porquê de nenhum deles ter conseguido isso, agora já não penso, porque não foram tão poucos assim (eheh!), não acho que seja azar, mas acho que é devido a diferenças racionais, para as quais não tenho pachorra...
(Isto hoje 'tá lindo!
Escrever sobre isto é engraçado...)

Estava então sozinha, desde os 28 e profissionalmente vivia a ascenção.
Divertia-me com o que provocava neles, só por existir e isso bastava-me para andar sempre bem disposta.
Qualquer mulher, que se preze de ser mulher, alimenta-se dos tolos, dos tontos e dos alucinados desta vida, isto para levar uma vida organizada e despreocupada.
(eheh!)
Eram 7 nas redondezas do local de trabalho, 4 deles mal casados e os outros 3 a querer casar. Escolhi aquele, para que os outros 6 parassem de tentar inventar piadas novas. Andava farta de me rir.

E assim foi, que aos 30 nasceu a Daniela.
A Daniela agora adolescente e que nunca teve pai.
O tal que eu conheci como electricista e agora é feiticeiro.
O tal que ao fim deste tempo todo, não me perdoou o facto de não ter querido casar com ele, não me perdoou o facto de eu ter corrido com ele da minha vida, não me perdoou o facto de continuar a andar por Oeiras feliz e contente com o bébé na barriga, que não me perdoou ser como sou.
As reacções dele são capazes de ser compreensíveis, deixa cá ver:
- se ela não me quer, é porque o bébé não é meu;
- a minha mãe diz que se fosse, não há nenhuma mulher que mande embora o pai;
(eheh!)

E a gravidez foi santa e o nascimento divino.
E aqui entra o Estado Português de Portugal...
Na altura do registo o pai não foi e como não foi, eu disse-lhe o nome do que eles tinham que apanhar, porque os pais incógnitos são proíbidos. Já que inventaram isso, se eu dissesse que não sabia, ficava à mercê da sorte e ele podia meter-me um processo por lhe ter escondido a paternidade. Como também acho que todos merecem um pai, até me chibei e disse e eles mandaram fazer testes e os testes disseram que era 99,97% a probabilidade de ele ser o pai e eu brinquei com os 0,03%.
Agora, 11 anos depois, com 5.366,69 € de pensão de alimentos da filha em atraso, decidiu continuar a chatear. Quer novos testes e isso só pode ser para chatear a filha, que tem 13 anos e que sabe que tem pai, mas que nunca teve pai e até lhe escreveu uma carta há 2 anos a dizer-lhe o que pensava dele. Isso deve-o ter chateado.
Naquela pobre cabecinha existe um problema chamado "rejeição" e digo isto porque até na vida de feiticeiro que ele arranjou agora, o orixá que lhe emprestou o novo apelido, Obaluaiê, foi rejeitado pela mãe, e o que é sério acaba por me dar vontade de rir e de achar piada à forma como ele está a usar as Leis para a "feitiçaria".
Ele dizia que era esperto, mas eu acho que é tão burro, tão burro que se rejeita a ele próprio. Psicologicamente falando é o único que está doido. Emocionalmente falando é o único que está desiquilibrado. Ou seja, podia tratar-se...

Para resolver isto, agora vou eu usar de toda a minha inteligência para provar que ele tem rendimentos, enquanto ele brinca à liberdade de Abril.
Em 3 tempos:
1º tempo: arranjar dinheiro para responder à acção (já está!);
2º tempo: enquanto a miúda volta a fazer os testes, arranjar provas que não 'tá desempregado coisa nenhuma e ganha bué com as feiras esotéricas, com o que cobra nas consultas, com o que vende e com o que rouba ao Estado porque não declara nada;
3º tempo: não me esquecer que apesar de tudo, não deixa de ser o pai dela e lembrar-me que a culpa é minha, porque o mandei sair da MINHA vida.
(eheh!)

Esta é a maior e melhor anedota da minha vida, tenho mais, uns dias sinto que felizmente, outros sinto o infelizmente na pele.
Arrepio-me e tudo...