Toca o telemóvel.
(10 minutos antes tinha falado do Sr. Dr. Formado em Economia Responsável Pela Resolução De Um Problema, exactamente porque nunca mais tinha dito nada, nem escrito)
- Estou - disse eu
- Então como está?
- Diga... - disse eu
- Então?
- Então? - perguntei eu
- Novidades?
- Isso pergunto eu. Ficou de me mandar uma carta. - disse eu
- Mas eu mandei.
- E eu não recebi. - respondi eu
- Isto é incrível, devem ser os correios...
- Acha? - perguntei eu
- Eu mandei aquilo... (pausa) os... as... mandei... como se chamam?
- As actas... - disse eu pausadamente
- Sim isso, mas não há problema que tenho aqui a cópia da acta de 1998 e mando-lha.
- Ainda falta a de 1997. - repeti eu (pela 20ª vez em 6 meses)
- Eu essa posso imprimi-la que, tenho a cópia no computador, mas vai sem assinaturas e depois mais tarde substitui-se.
- (silêncio da minha parte)
- Estou?
- Estar, estou... mas não ouvi bem. - disse eu
- Ai que chatisse, tenho tanta coisa para fazer, eles são sempre a mesma coisa, mas deixe estar que eu resolvo.
- (silêncio da minha parte)
- Estou?
- Estou à espera... - soletrei eu
- Então depois eu mando. Boa tarde.
- (desliguei a chamada)
Este deve pensar que me engana...
Até que costumo enervar-me com tanta incompetência e com tanta "falta de atenção"...
Mas hoje fui tolerante...
Se não o tivesse sido, ter-me-ia enervado e ter-lhe-ia dito qualquer coisa parecida: "Olhe lá, ó Sr. PumPum acha que eu não tenho mais nada para fazer?", ou "Sr. PumPum compre uma agenda e anote as suas tarefas.", ou ainda "Sr. PumPum eu tenho boa memória, pena que a sua não seja como a minha.", ou ainda "Oiça lá, quantas vezes vai ser preciso repetir-lhe a mesma coisa?", ou ainda "Sabe... (pausa e suspiro) estou tão farta de si que nem imagina, é de si e da Empresa para a qual o Sr. trabalha.", ou como também já o disse (todas as anteriores são verdadeiras) "Oiça lá, não tem o telefone do meu Advogado? É que eu não estou para me enervar, nem posso, e estou mesmo farta de atender os seus telefonemas.", como também poderia ter dito "Eles não lhe pagam, não é? Pois, mas eu não tenho nada a ver com isso. Tenho?", e quem sabe, se tivesse mesmo mal humorada lhe teria dito "Porra! Quando é que esta merda se resolve duma vez por todas?".
Ontem (hoje ainda para mim) estava mesmo sem "imaginação" para novas frases...
Sem imaginação...
Sem paciência...
Sem...
sábado, dezembro 13, 2003
Conversa estúpida...
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