sábado, dezembro 13, 2003

Conversa estúpida...

Toca o telemóvel.
(10 minutos antes tinha falado do Sr. Dr. Formado em Economia Responsável Pela Resolução De Um Problema, exactamente porque nunca mais tinha dito nada, nem escrito)
- Estou - disse eu
- Então como está?
- Diga... - disse eu
- Então?
- Então? - perguntei eu
- Novidades?
- Isso pergunto eu. Ficou de me mandar uma carta. - disse eu
- Mas eu mandei.
- E eu não recebi. - respondi eu
- Isto é incrível, devem ser os correios...
- Acha? - perguntei eu
- Eu mandei aquilo... (pausa) os... as... mandei... como se chamam?
- As actas... - disse eu pausadamente
- Sim isso, mas não há problema que tenho aqui a cópia da acta de 1998 e mando-lha.
- Ainda falta a de 1997. - repeti eu (pela 20ª vez em 6 meses)
- Eu essa posso imprimi-la que, tenho a cópia no computador, mas vai sem assinaturas e depois mais tarde substitui-se.
- (silêncio da minha parte)
- Estou?
- Estar, estou... mas não ouvi bem. - disse eu
- Ai que chatisse, tenho tanta coisa para fazer, eles são sempre a mesma coisa, mas deixe estar que eu resolvo.
- (silêncio da minha parte)
- Estou?
- Estou à espera... - soletrei eu
- Então depois eu mando. Boa tarde.
- (desliguei a chamada)

Este deve pensar que me engana...
Até que costumo enervar-me com tanta incompetência e com tanta "falta de atenção"...
Mas hoje fui tolerante...
Se não o tivesse sido, ter-me-ia enervado e ter-lhe-ia dito qualquer coisa parecida: "Olhe lá, ó Sr. PumPum acha que eu não tenho mais nada para fazer?", ou "Sr. PumPum compre uma agenda e anote as suas tarefas.", ou ainda "Sr. PumPum eu tenho boa memória, pena que a sua não seja como a minha.", ou ainda "Oiça lá, quantas vezes vai ser preciso repetir-lhe a mesma coisa?", ou ainda "Sabe... (pausa e suspiro) estou tão farta de si que nem imagina, é de si e da Empresa para a qual o Sr. trabalha.", ou como também já o disse (todas as anteriores são verdadeiras) "Oiça lá, não tem o telefone do meu Advogado? É que eu não estou para me enervar, nem posso, e estou mesmo farta de atender os seus telefonemas.", como também poderia ter dito "Eles não lhe pagam, não é? Pois, mas eu não tenho nada a ver com isso. Tenho?", e quem sabe, se tivesse mesmo mal humorada lhe teria dito "Porra! Quando é que esta merda se resolve duma vez por todas?".
Ontem (hoje ainda para mim) estava mesmo sem "imaginação" para novas frases...
Sem imaginação...
Sem paciência...
Sem...