quarta-feira, maio 05, 2004

Estava ali toda feliz...

... e resolvi vir partilhar a minha felicidade!

É... descobri que não tenho complexos!
Epá... quase saltei da cadeira e quase que começava aos pulos!
Contive-me...
Estou feliz por mim, mas não vou "gozar" com o assunto... né?

Então, estava eu a separar papéis e isso assim e dei comigo a pensar como é que o "complexo" nasce, cresce e vive à custa da personalidade de uma pessoa...
1º - Inicialmente é preciso que a pessoa se compare às outras pessoas;
2º - Depois surge aquele tipo de pensamento do género: "ai como eu gostava de ser como a minha vizinha";
3º - Simultaneamente a pessoa pensa: "mas a minha vizinha queria ter o que eu tenho e/ou ser como eu";
4º - O pensamento aloja-se no cérebro e instala-se confortávelmente num neurónio qualquer mais debilitado;
5º - A partir daqui a pessoa "ganhou" um complexo e inconscientemente começa a comparar-se com tudo e com todos;
6º - O pobre coitado do neurónio nunca mais tem descanso e balança entre a "inferioridade" e a "superioridade" conforme a comparação feita;
7º - Tudo isto dá origem a um problema um bocadinho mais difícil de resolver: a "insegurança";
8º - Com o neurónio todo doido e inseguro, surge a importância de saber o que as outras pessoas pensam dela;
9º - Pronto... e eis que surge diante de todos uma pessoa complexada, insegura e que se esconde, finge e toma atitudes de forma a que não "pensem mal dela";
10º - O grande problema do neurónio doido, inseguro e preocupado é que assim nunca mais dá descanso à personalidade própria da pessoa própriamente dita;
11º - Em compensação a pessoa "ganha uma imagem" aos olhos das outras pessoas e nem se apercebe do "complexo" própriamente dito.

Ai... como é bom eu não me comparar com ninguém!
Ai... como é bom ter a certeza que sou única e exclusivamente "minha"!
Ai... como é bom saber que personalidade e segurança suficiente para não me deixar abalar com pensamentos comparativos!
Ai... como é bom sofrer de depressão devido às diversas "perdas humanas", quer com pessoas vivas, quer com pessoas que morreram e de quem sinto muitas saudades!
Ai... como é bom ser uma simples humana, com defeitos, virtudes e ter este meu querido feitio de me aceitar como sou!

Sabem... é por estas e por outras que, por exemplo, aquele indíviduo que saiu ontem da prisão preventiva e passou a viver em prisão domiciliária "alimenta" tantas notícias.
É!
As pessoas "dividem-se" entre a imagem dele e a personalidade que criaram dele...
Pelo que ele aparentava ser... para a maioria era impensável ele estar envolvido num "crime hediondo" como a pedófilia.
Para a família e amigos... concerteza ele sempre foi rigoroso no comportamento de forma a não criar dúvidas àcerca da personalidade dele.
E assim vai o "processo"... vá-se lá saber quem é o gajo lá no fundo, no fundo da "alminha" dele!

É ele e os Americanos com a guerra... a maioria não faz a mínima ideia de quem são, quanto mais saberem quem são os "outros"!

Agora... vou ali outra vez e já venho também! :)