1 - Esgotamento profissional. Foi o primeiro a revelar-se quando em Junho de 1998 acumulei funções e ainda tinha a mania que conseguia ser racional. Juntei os 2 escritórios.
2 - Esgotamento psicológico. Graças à minha mania de ser racional e à custa de perder muito tempo a tentar perceber o que não tem explicação. Desde finais de 1998.
3 - Esgotamento financeiro. A todos os níveis por causa de uma sócia que, sem cometer nenhum crime, arruinou a empresa, acabou com a nossa amizade e estragou a minha vida pessoal. O ano de 1999 foi o ano das grandes tragédias, financeiras e não só. Até 2 "empregados espertos" me tentaram trair. Preparavam-se lentamente para ir e levar clientes. Eu ajudei-os a "ir mais depressa" no final do ano.
4 - Esgotamento físico. Resultado de muitas directas, quer a trabalhar, quer a tentar distrair-me e esquecer, quer simplesmente a pensar. E foi no ano de 2000 que conheci os meus limites. Nos primeiros 6 meses, 3 internamentos da minha mãe. Fechei o escritório. Em Julho mudei de casa e instalei nela o escritório. Fiquei sem empregada doméstica em final de Agosto. Só em 2001 comecei a dormir todas as noites.
5 - Esgotamento emocional. E o ano terrível foi o 2002. Em Janeiro uma relação acaba. Uma relação de almas gémeas que se completavam, que encaixavam e que o "racional" separou. Em Junho morre a minha mãe depois de 3 meses de internamento.
6 - Esgotamento racional. Comecei a ir ao Médico no ínicio de 2003. Tudo o que era "racional" antes foi neste ano questionado. Mudei muito. Só encontrei força dentro de mim, mas também tive que me confrontar com as "mágoas", as "desilusões", as "ausências das pessoas amadas". Tem-me "custado" muitas lágrimas, mas tenho "ganho" na minha essência. Não tenho medo de mim. Não me assusto ao retratar-me. Aprendi a andar com a alma na mão. O Blog aparece em Julho e só me tem ajudado a gostar ainda mais de mim.
7 - Esgotamento pessoal. O pior. A voz da consciência. A revolta dos sentimentos. Racionalizar tudo de novo. As pessoas. Os problemas. A vida. Tudo é questionável. Eu sinto. Eu não mereço esta vida de merda. Vivo num País de merda. Eu sinto. Não posso pensar que isto é normal. Enlouqueço. Abstraio-me e rio-me. Quero usar o meu sentido de humor e nem sempre consigo. Eu sinto. Não preciso de falar e não me calo. Os barulhos incomodam-me. De cada vez que tento controlar os pensamentos, doi-me a cabeça. Eu sinto. Sinto tudo. São poucas as pessoas que vivem a vida que queriam viver. Sinto o medo que as pessoas têm delas próprias. Não sei o que fazer. Não faço. E, faço muita coisa. Eu sinto. Provoco sem querer. Existo. Para quê? Porquê? Qual é a intenção? A missão? Chega. Não chega. Tenho que continuar. É a minha vida. Eu sinto isso...
Pois é perfeitamente possível viver assim... nada de dramático... a não ser quando choro e as pessoas se comovem...
Pois é perfeitamente possível sorrir, rir... nada de trágico... a não ser nos dias que só choro...
Tudo é possível...
HOMENAGEM À LÁGRIMA
Senti-te nascer e crescer,
De dentro de mim brotaste,
lentamente...
Foste uma das palavras da minha alma,
senti-te chegar,
calmamente...
Os meus olhos embaciaram,
e tu não aguentaste,
caiste...
Senti-te a crescer, eras quente,
enquanto fazias parte de mim,
mas caiste...
Foi tudo tão rápido,
Que na bochecha já ias fria,
distante...
Abriste caminho a muitas outras,
que simplesmente cairam,
solidárias contigo...
... e comigo!
Gosto destes bocadinhos comigo própria... :)
segunda-feira, março 01, 2004
Os meus 7 esgotamentos
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