quinta-feira, abril 22, 2004

O amor é "condicional" ou "incondicional"?

Isto já me andava na cabeça desde o princípio da tarde...
Estava nostálgica, mas não me apetecia ficar triste.
A tarde passou.
Depois foi a reunião na Escola.
Notícias.
Jantar.
Telenovelas.
Reflexão...

A tristeza invadiu-me por completo.
Como ela estava no quarto, chorei descansadamente...
E quando pensava que já tinha "lavado a alma", eis que ela me oferece um desenho em que nos desenha as duas numa ilha.
E com as lágrimas nos olhos percebi que pelo menos nesta "nossa ilha" ela se sente segura...

O nosso amor é incondicional e é assim que somos amigas, companheiras, cúmplices.
Mas não é comum...
Tinha estado eu a pensar nos pais que observei e nas "energias" que senti.
Relações baseadas em "amor condicional" entre pais e filhos.
A maioria daqueles pais chegaram a casa e toca de "cascar" ou "descascar" nos filhos.
Pela vergonha de serem chamados a atenção, pela "cobrança das condições" em que estão a ser criados e também porque não sabem fazer de outra maneira.
A maioria das famílias são assim, "condicionais".
O pai e a mãe "representam" um papel e os filhos seguem-lhes os exemplos.
"Amam-se" assim cheios de "condições", "condicionantes" e afins...

Procurei a origem do problema e cheguei à conclusão que tudo o que é "amor condicional" não passa de um "contrato de afecto sujeito a condições".
Eu não sei amar assim...
Para mim o amor é "incondicional".
Por ser incondicional é que, conseguimos sentir a "cumplicidade dos afectos" e a minha filha nos representa as duas numa ilha...
Compreendo-a...
Afinal à volta dela, as outras crianças não são amadas assim e ela sente isso...

O amor é o caminho incondicional para a alma...
Infelizmente vive-se o amor como o caminho condicional para a mente...

É triste...
... não é?