quinta-feira, abril 15, 2004

O "racional", o "emocional" e o "espiritual"...

Quer queiramos, quer não, vivemos com estas 3 "faces" da vida.
A Humanidade tem muitos limites, impostos por gerações e gerações "pouco expontâneas" de seres humanos que por cá passaram e que sempre arranjaram maneira de nos sujeitarem a "tradições", "rituais", "religiões" e mais umas "bananas" para entreter os "macacos" que viessem "a seguir".

Ora eu cá se tivesse nascido no Tibete era uma "Tibetana", mas como nasci neste jardim zoológico à beira mar plantado, sou Portuguesa e tive que gramar com o que já me esperava, isto em termos sociológicos e merdas assim parecidas.
Uma coisa eu sei, não sou de cá e só cá vim aproveitar este corpo que estava disponível, no dia em que a queca dos meus pais foi "santa".
E digo santa, porque a Igreja continua a defender que as quecas são santas e de cada vez que se dá uma, deve ser para procriar.

Desde miúda que luto para não "engolir" tanto disparate.
O que me faz estar, aqui e agora, a escrever é simplesmente dizer que, neste momento, me "estou a cagar" para a História do Mundo.
Eu quero lá saber o que é que disseram, fizeram e foderam antes de eu cá andar...
Interessa-me o "agora", o presente e preocupo-me com o futuro cada vez mais incerto e irracional, que nos espera a todos ou aos que não tiverem o "azar" de morrer entretanto, vai dar no mesmo.

Em mim, a "face" da vida mais forte é sem dúvida a emocional.
Sempre foi, continua a ser e desconfio que, assim será enquanto cá andar.
Mas, a "face" espiritual desenvolveu-se muito nestes últimos anos.
Sem referências exteriores, tenho encontrado em mim a espiritualidade que não se desenvolve de outra forma a não ser "descobrir" o nosso interior, ou seja, conhecer a alma.
Com isto lixei a "face" racional da vida ainda mais.
Se eu já era racionalmente irracional, passei a ser racionalmente emocional e a "guiar-me" cada vez mais pelos sentidos, instintos e mais uns tremoços que se saboreiam esquecendo o "tempo", usufruindo dos "sentimentos".

Hoje, em conversa com um amigo, cheguei à conclusão que:
- O meu lado "espiritual" está bem e recomenda-se;
- O meu lado "emocional" vive de sensações, emoções e mais uns pergaminhos de amor incondicional por parte da minha filha e de muitos dos meus amigos;
- E o meu lado "racional" controla tudo o que diz respeito a pessoas racionais, negativas e mais uns inventores de complicações, chatisses, aflições e afins.
E estou contente.
Tenho assim a oportunidade de estar em paz comigo própria e ainda conseguir ajudar algumas pessoas com problemas sobretudo emocionais, que são aqueles que nos fodem a todos.

Afinal "tou na boa" e não sabia...
Desaprendi e aprendi de novo e para já sinto que, descobri mais um "segredo" da vida... o que nos fazem sentir é sem dúvida o que deve ser racionalmente aceite ou simplesmente rejeitado.
Nada do que racionalmente seja analisado explica o que é emocionalmente sentido.
Podem-se inventar 1.000 desculpas, ter 500 argumentos e explicar 100 vezes que nada se compara ao que determinada pessoa nos faz sentir e assim sendo, eu acho, que não vale a pena pensar mais nisso.

Quanto melhor eu me sinto sòzinha, melhor me relaciono com as outras pessoas.
E orgulho-me de poder dizer que essas mesmas relações com as pessoas não são falsas, vazias, "racionais" e muito menos de ocasião.
São almas que partilham estados de alma, de espírito e de razão, também...
Exactamente ao contrário do que nos ensinaram, que foi simplesmente dizerem-nos que partilhar a alma era "de evitar", porque estaríamos a "dar parte de fracos".
Por isso muitos se queixam de um Mundo hipócrita, de relações baseadas na racionalidade.
Mas não mudam... só se queixam...
Não há pachorra!
O Mundo muda se nós mudarmos.
Eu mudei e talvez por isso não seja uma "maníacodepressiva" da sociedade e apesar dos problemas e do sofrimento, consiga arranjar motivos para sorrir e rir, nem que os tenha que inventar...
Pois é!
Uma simples questão de "atitude"...
... e esta é a minha! :)