sábado, abril 03, 2004

Quase todos os dias...

... passam cá por casa amigas e amigos.
Eu cá tenho as minhas razões quando digo que sou uma "incompreendida" nas piadas...
Hoje mais uma vez saí-me com umas piadas giríssimas, mas sabem aquelas piadas que são piadas pessoais?
Isso... ando com piadas dessas!...

Hoje éramos 4, até a minha filha mailinda ir dormir.
Ficámos 3 e estivemos a rir de vários conceitos que, sem querer fazemos de outras pessoas.
Por exemplo, eu tenho duas vizinhas, mãe e filha, assim snob's até "meter nojo".
Todos os 3 as conhecemos de nos cruzarmos no prédio e um "bom dia" é coisa que, elas dizem "muito a medo".
(Ó primo... se leres isto... desculpa lá tantas aspas e isso...)
Ora 2 loiras giras, boas, bem vestidas, cheirosas e antipáticas (comigo até nem são muito... eu salvei a filha no elevador... deve-me estar eternamente grata... pois é... eheheh), a malta vai logo de lhes chamar de snob's "pacima".
Queriam o quê?

Agora, curtam a cena...
E porque é que elas são assim?
Se calhar são assim de não dar confiança e isso, porque o pai/marido foi preso por causa de notas falsas.
Nunca as vejo acompanhadas a não ser uma com a outra.
Não trabalham e a filha anda a tirar um curso qualquer à bué de anos.
E não é que as aparências iludem mesmo?

Ao "que apurei" (ahahahah) foi a própria mulher que o denunciou.
"Parece" que estavam um bocadinho fartas...
Agora digam-me, é ou não é melhor não dar "cúnfia" nestas situações?
Um ar de snob e já está...
É que nestas questões das "cúnfias" depois vem sempre o partilhar das vidinhas individuais e isso assim.
Fiquei com pena delas, imaginem... e nem foi pelo que fizeram ao gajo que as deve ter deixado "bem na vida"... pois não... foi porque devem ser seres humanos fechados nelas próprias, com vidas vazias de sentimentos e preenchidas de aparências e "relações plastificadas".

As minhas "maiores" piadas são sempre baseadas na realidade núa e crúa.
Essa "ciência" chamada realidade é na maioria das vezes tão absurda que só mesmo brincando com ela, é que se consegue manter a mente sã.
Pelo menos a minha funciona assim...
São os "sorrisos da alma" que me levam a exercer "brincadeiras mentais".
Brinco com a realidade, como quem brinca com o teatro.

E sabem uma coisa?
Para o teatro, todos descobrimos "talentos escondidos".
É fácil representar.
Basta que não queiramos partilhar algo e automaticamente representamos.
E também representamos porque faz parte da nossa educação representar.
Agora o meu gozo é precisamente "brincar" com a verdade.

É complicado viver, é com tanto "teatro à solta". A tal dita cuja hiprocisia que, já virou "defeito" português.
Não somos perfeitos e talvez por isso seja cada vez mais difícil fingir que o somos...
"Fachadas", "máscaras" são cada vez menos necessárias.
Mesmo porque quando não as usamos, estamos sujeitos a que nos vejam com uma máscara, seja do que for.

A minha segurança como pessoa vem do meu interior.
Sou como sou e pelo menos as pessoas que gostam de mim, gostam precisamente do "meu eu" e não da minha aparência como pessoa.
Isso satisfaz-me... e a minha alma agradece.
Como qualquer outra pessoa, não sou perfeita, mas a minha atitude perante a vida é apenas "melhorar-me" e não "esconder-me" numa fachada de "quase perfeita"...

É muito mais difícil viver das aparências, do que viver com a realidade brincando com ela.
Sorrir com a alma preenche-nos, mas sorrir por sorrir, apenas faz de nós simpáticos...
Eu nem quero ser simpática...
Também não quero ser agressiva...
Não curto mesmo nada de nada fingir...
Embora, como ser imperfeito que sou, lá tenha que fazer teatrinhos...
É aqui que as coisas se complicam... e eu me torno complicada (como diz a Monalisa e muito bem).
Mas se me torno complicada é porque não lido bem com situações de teatro que envolvem outros seres humanos que fazem parte da minha vida.
Simplificar, passa por nos assumirmos, segue para a aceitação, que nos dá segurança para brincar com as situações.
Mas a malta complica muito tudo isto... eu envolvo-me e vejo-me "metida em complicações"... que nem são minhas... mas que me afectam...

E dizer merda?
Dizer merda é tão simples...
Ó Ju... basta teres vontade de dizer e basta teres vontade de "curtir" o efeito...
É um bom começo... pois é... eheheheh
Mas tens uma boa "desculpa" também... basta que penses que devemos saber usar a língua portuguesa em qualquer situação...
Eu percebo-te... inventam palavras "que nao se devem usar", mas querida, também fazem viaturas com limites de velocidade muito superiores ao que os Códigos da Estrada permitem...
É ou não é?
Eu acho que devemos saber de tudo um pouco e de nada um tudo...
Simples e eficaz.
É que no caso da merda... então é mesmo algo que todos fazemos, quer no sentido figurado, quer na realidade núa e crúa... chega a ser um "alívio" e tudo... mas está também... cócó, cagalhão, bosta, obra (de obrar) e afins também "cabem" e "ficam bem" em algumas situações.

No fundo, no fundo... cada um sabe de si e responde por isso.
Desde que se nos esforcemos por dar o nosso melhor, evitando assim enganarmo-nos a nós próprios, já é mais difícil enganarmos os outros, o que facilita imenso porque deixa de existir o "medo" de que a máscara caia... ou isso...
E depois não é bom gostarem de nós pelo que somos?
Ai não que não é...
Não fosse isso e acho que não vinham cá tantos a casa... :)

Bom sábado, etc... ;)