domingo, abril 11, 2004

Vivemos fingindo ou fingimos que vivemos?

Eu só sei que não quero fingir... NADA!
Não chega a confusão de uma Humanidade em decadência?
Para mim até sobra...


As relações entre as pessoas estam completamente plastificadas.
Às vezes desato a rir com imagens absurdas que construo da Humanidade.
Consigo comparar as pessoas com os pénis e as "aparências" delas tomam a forma de preservativo. Umas usam "capas" às cores, outras com sabores e tem aquelas que aparecem em público sem "capa".
Se nós fossemos pénis, tenho a certeza que mal aparecessemos em público sem preservativo, todos os outros pénis se afastariam de nós e gritariam: "Vai vestir o preservativo! Olha as infecções! Assim não nos relacionamos contigo!"
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Mas se eu fosse um pénis, tenho a certeza que enfiava o preservativo e me refugiava nos testículos, só para ninguém me chatear.
Ser pénis não é fácil.
Os pénis que nos rodeiam estão sempre a reparar no tamanho, na forma, no estado do preservativo e até avaliam o peso dos testículos.
Se cada espermatozóide fosse uma ideia, vejam quantas ideias seriam desperdiçadas...
Haveria ideias a baterem nas paredes, ideias perdidas em preservativos e deitadas simplesmente para o lixo, ideias a precisar duma ejaculação de tanto tempo guardadas...
E ainda existem as ideias que por onde passam fecundam tudo.
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Levamos uma vida de pénis...
Quando estamos erectos estamos a trabalhar.
Quando estamos sossegados existe sempre a possibilidade de de repente surgir uma erecção e temos muitas vezes que lutar contra a vontade de trabalhar ou agir.
Tem alturas que vestimos o preservativo e vamos à luta e tem outras alturas que permitimos simplesmente a erecção mas dominamos a saída dos espermatozóides.
Simplesmente não nos apetece agir...
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Como todos os outros pénis, temos defeitos.
Uns ejaculam rápido demais e existem outros que tanto se controlam que nunca fecundam nada na vida.
Um pénis para ser forte tem que se saber comportar.
Não se pode deixar levar pelos testículos e tem que ter a capacidade de os dominar.
Os espermatozóides formam-se e desenvolvem-se rapidamente e um pénis que seja decente, tem que saber que numa simples erecção existe a possibilidade de se descontrolar.
Há que saber sempre o que fazer quando somos atacados pelos espermatozóides.
Ou temos sempre os preservativos à mão, ou livramo-nos dos espermatozóides deixando-os espalhados por aí, ou ainda temos a possibilidade de dominarmos a erecção e deixarmos os testículos doidos.
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Eu conheço pénis de vários tamanhos, com várias formas e com diferentes posturas.
Mas são os testículos que fazem a diferença, com mais ou menos pêlos púbicos.
Consegue-se proteger o pénis, mas fica difícil proteger os testículos.
Quantas vezes não acontece que nos atingem neles e gritamos de dor?
Com mais ou menos pêlos púbicos acabam por ser, apesar das aparências, todos iguais no sofrimento...
Uma erecção pode ser um problema grave, como pode ser considerada uma felicidade.
Depende da situação, depende da forma como está inserido e depende sobretudo da posição dos pénis circundantes.
É muito difícil descobrir o espermatozóide mais forte.
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Se as pessoas fossem pénis onde andam as vaginas?
E porque é que em vez de eu comparar as pessoas com pénis não as comparo com as vaginas?
Boa pergunta, mas que tem uma simples resposta. Uma vagina é muito mais simples de entender e vive um ciclo bem mais simples que um pénis, com funções muito mais bem definidas.
As pessoas são complicadas, logo só podem ser pénis, nunca vaginas!
(Ainda bem que não sou um pénis!)

Na minha cabeça, as pessoas são pénis e o Mundo é a vagina que todos andamos a FODER!
(Mas ainda bem que não me sinto um pénis!)