quarta-feira, setembro 24, 2003

Mulheres...

Quer a Ana, quer a Simplesmente Maria fazem parte da minha vida...
Porquê?
Porque escrevem com sinceridade! De alma e coração!
Vejo-me e revejo-me no que escrevem e só não lhes deixo lá uns comentários, porque se me ponho a "comentar" o que as outras pessoas escrevem, não tenho tempo para escrever nada no meu Blog!... :)

Ana: O pai da minha filha não paga um cêntimo desde Janeiro... No entanto, ele anda de jipe. Nós andamos a pé, à boleia e de transportes públicos... mas, vivemos com amor! E como bem sabes... o amor não tem "preço"!
Os teus meninos são lindos! Força! E, força!...

Simplesmente Maria: O teu último Post "Aparências" em que ficaste "possessa", fez-me lembrar uma história minha...
Um dia (há muitos anos) entrei numa loja de pronto-a-vestir para comprar um "fato" para ir a um casamento. A loja era "fina" e as empregadas também. Eu ia de calças de ganga e de ténis, lavadinha e isso. Como não gosto de andar com as "melgas das empregadas" em cima de mim, quando uma se dirigiu na minha direcção eu disse-lhe: "Ando só a ver..." (e andava, pois...)
Pelo meu aspecto, deve ter ficado a pensar que eu podia ir lá para "gamar", já que não me largava. Vi um vestido giro (o que é raro eu encontrar em lojas finas) e como ela andava de volta de mim, perguntei-lhe se "tinha" o meu número! Com ela a olhar-me de alto a baixo, ouvi: "Devo ter, mas aviso já que o vestido é caro...". Juro, que durante 30 segundos fiquei sem saber o que dizer... mas, consegui responder: "É? Então volto cá amanhã, porque se calhar não tenho dinheiro que chegue..."
Pois, saí de lá "possessa"... mas, no dia seguinte voltei lá. Arranjei-me "bem arranjadinha" e isso e entrei na loja. Procurei-a com os olhos e dirigi-me a ela: "Lembra-se de mim? Estive cá ontem e queria comprar "aquele" (e apontei com o dedo) vestido..."
A cara de estupefacta dela foi a minha compensação! Conseguiu-me reconhecer, depois de me ter olhado, novamente, de cima a baixo! E, eu nas calmas (e a sentir um gozo daqueles que não se compram): "Ainda acha que hoje o vestido é caro?".
A "mal empregada" gaguejava e tentava pedir-me desculpas (todas esfarrapadas) e eu disse-lhe: "Importa-se de me arranjar o meu número para eu experimentar?".
Lá veio ela, lá experimentei eu e quando saí do vestiário disse-lhe: "Importa-se de chamar a gerente?". Estava branca mas, foi chamar a dita (lojas finas é assim...).
Quando a gerente me veio perguntar se havia algum problema, eu só lhe disse assim: "Sabe minha Sra., ontem entrei aqui de ténis e calças de ganga e esta Sra. disse-me que o vestido era caro e perdi a vontade de o experimentar. Mas, voltei aqui hoje, bem vestida, para poder experimentar o vestido, que realmente é caro."
Ela, a gerente também com "cara de parva" disse-me: "Pedimos muita desculpa..."
Interrompi-a e disse-lhe: "Vocês estão cá para vender ou para fazer julgamentos?"
Ela: "Para vender..."
Eu: "Então acabaram de perder uma venda e uma cliente. Muito bom dia!"
Virei costas e deixei-as a fazer "contas de cabeça"...

São estas "pequeninas coisas" que me fazem afirmar: As desculpas não se pedem... evitam-se!
Mas, eu gozei... que me fartei!
Cheguei a lá voltar com uma amiga, ambas de ténis e calças de ganga... só para ver... e ir dizendo em voz alta: "Vê lá que é caro..."; "Não tens mesmo nada aspecto de quem tem dinheiro para se vestir numa loja destas"; "Será que temos de pagar só para ver?"...
Nada disto foi com um espírito "vingativo", que eu não sou vingativa.
Foi pelo gozo... a loja era mesmo perto do local de trabalho e com 1h de almoço dá para fazer "muita coisa"... é ou não é?

É a tal merda... quem vê caras, não vê corações... e isso!
Beijos para as duas que me fazem sorrir... :)