quarta-feira, agosto 27, 2003

Com amor tudo se consegue!

Não me passaria pela cabeça que numa aula de Psicologia, num curso de Medicina, um grande Professor "ensinasse" o que eu aprendi sozinha...

Os meus pais, como a maioria dos pais da minha geração, não eram muitos afectuosos! Amor, para eles, significava: "rabinho enxuto e barriguinha cheia", "estuda para vires a ser alguém", "não nos desiludas", e afins...
Os beijos eram raros e sempre dados por mim, sem retorno... Era uma "obrigação" minha dar um beijo de "boa noite" antes de me deitar. Abraços não existiam...
Uma das coisas que me lembro e que me marcaram, foi quando na pré-adolescência descobri que o que eu queria não era estudar para ser alguém... o que eu queria era ser feliz! Alguém já eu era...
Penso que muitos passaram por isto e percebem o que aqui fica escrito!
Eu e a minha filha andamos sempre aos abraços e aos beijinhos...
Conheço muitas pessoas que um simples abraço as "atrapalha". Os beijos, felizmente, tornaram-me "normais" embora muitos sejam "cínicos" e sejam dados por "obrigação"...
Infelizmente, a maioria das pessoas receberam "afecto" de forma errada!
A minha mãe achava que, pelo facto de me dar dinheiro me estava a amar! Quantas vezes eu não lhe expliquei que o que eu precisava era compreensão, carinho, um abraço ou um simples beijo. Isto na minha adolescência porque, quando fiz 18 anos tornei-me independente e "caguei" nas tentativas de me fazer entender!
Pouco tempo antes de ela morrer... estava ela muito doente e com as lágrimas nos olhos ela perguntou-me: "Porque é que não me dás um abraço?". Eu, respondi-lhe: "Mãe... você nunca me habituou a isso".
Abracei-a e choramos as duas... e eu compreendi o quanto ela tinha sofrido na vida por falta de demonstrações de afecto. Muito mais que eu. Acho que foi com a neta que ela descobriu a importância dum beijo, a importância dum abraço.
Um abraço vale mais que 1 milhão de euros.
Um beijo tem muito maior importância que 1 milhão de palavras.

É este o mal deste nosso Mundo... os afectos!
Com diz este Médico: Duas frases afectuosas, cirurgicamente bem dirigidas, penetram, invadem e descontraiem os mais agressivos. Talvez por nunca receberem afectos.

Muito obrigado Sr. Dr.! Quando escrevi "beijos a quem for de beijos" só estava a tentar respeitar os "afectos alheios", porque sei que, nem todos sabem beijar...

Ontem, abracei a Márcia à distância! Ela está no Brasil e eu em Portugal mas, conseguimo-nos abraçar...
Não importa que "alguém" possa pensar que tudo isto é um disparate, porque o que é importante é o que nós sentimos! Bastou colocar os braços "naquela posição" e senti-la... ela fez o mesmo... e ambas sentimos a "energia do amor", a compreensão de que realmente tudo se consegue!

Dou comigo, aqui e agora, a escrever sobre o "amor"...
Amar não é possuir, amar é usufruir! É dar e receber...
Quando demonstramos afecto devemos acompanhar as palavras com actos...
Não chega dizer: "amo-te"... é preciso fazer sentir esse amor... de alguma forma... e há tantas!
É ou não é?

Hoje é dia de Lua Nova (ou negra) e Marte (guerra) está muito perto! Aproveitem a boa "colocação" de Vénus (amor) para "projectar" sonhos, desejos e afins... mas façam-no com amor! Porque, com amor tudo se consegue!
Beijos